Coluna "Ao Ponto" de Naryel Barcelos: Chega de Violência Contra as Mulheres Postado domingo, 16 de abril de 2017 ás 18:58
CHEGA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
Diante de tantos acontecimentos nos últimos dias envolvendo a questão de “violência contra a mulher”, fica difícil fugirmos de tratarmos sobre isso aqui. Precisamos ir Ao Ponto e falarmos com franqueza sobre esse tema polêmico, porém necessário.
O famoso Reality Show da Rede Globo foi o último fato que levantou muitos comentários, opiniões e contrapontos nas redes sociais. Mas ainda somo com a polêmica do cantor sertanejo Vitor que virou réu em um processo que apura suspeita de agressão em sua esposa, também com o caso que envolve o ator José Mayer, que foi acusado pela figurinista assistente da Globo de ter tocado as partes íntimas da moça sem o seu consentimento, e ainda com a notícia divulgada onde o acusado de agressão a companheira foi o Senador Lasier Martins.
A sociedade identifica a gravidade da violência apenas quando ela é praticada de modo ostensivo ou chocante. Infelizmente precisou que pessoas públicas agissem errado, para nos alertarmos e tratarmos com seriedade sobre esses casos que são tão comuns no dia-a-dia das mulheres brasileiras. Precisamos sim, nos apropriar desses desastrosos momentos para debater o tema.
A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é a principal legislação brasileira para enfrentar a violência contra a mulher. A norma é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência de gênero. Porém temos uma legislação que nos defende, mas que por si só, não basta para diminuirmos o número alarmante de casos de violência contra a mulher. De acordo com o Balanço do Ligue 180, que é a Central de Atendimento à Mulher, 179 casos são registrados por dia, 1 estupro ocorre a cada 11 minutos, e 5 espancamentos são registrados a cada 2 minutos.
Esses números apenas confirmam o quanto precisamos falar sobre isso, mesmo com leis e órgãos específicos para tratar de casos contra as mulheres, a violência no Brasil continua com índices assustadores, e atingem mulheres independente de classe social, raça, cultura, nível educacional ou idade.
Outro fator que vale destacar é que não existe somente a violência física, há outros constrangimentos que se enquadram em “agressão contra as mulheres”, como os fatores psicológicos, que tem consequências tão graves como sequelas visíveis por um hematoma. A agressão psicológica traz problemas graves a saúde mental, originando depressão, ansiedade, disfunção sexual e problemas com autoestima.
A Lei Maria da Penha classifica ainda os tipos de abuso contra a mulher em outras categorias: violência patrimonial, violência sexual, violência física, violência moral e violência psicológica. O assunto é muito abrangente, é impossível em apenas este espaço conseguirmos tratar sobre tudo o que é realmente necessário, mas diante de tanta informação importante afirmo que nós, mulheres, precisamos nos valorizar mais.
Parte considerável das mulheres não denuncia os crimes por terem receio; um injusto sentimento de vergonha as inibe e oprime, deixando que aceitem para si próprias uma culpa da qual não têm nenhuma responsabilidade. Denunciar a violência é fundamental para a responsabilização de seus autores. A ausência da denúncia favorece a perpetuação e a repetição da violência contra a mulher.
Portanto, falo agora diretamente para você MULHER, se empodere, se valorize e jamais admita que alguém a subestime, humilhe, agrida, assedie, grite, coaja, insulte, controle, ameace, persiga, bata, rotule e te desrespeite. Você é o que você quiser, veste o que você gostar, anda por onde preferir e faz o que lhe agrada.
Diga não à violência. Diga sim a sua dignidade.
#MexeuComUmaMexeuComTodas #ChegaDeAssédio #SeEmpodere #SeValorize #Denuncie
Naryel Barcelos é jornalista e radialista, proprietária e diretora do Jornal Fronteira Missões e da Rádio 89.1 FM, de Santo Antônio das Missões. Com destacada atuação na imprensa regional, a mãe da Manoela e do Inácio é a mais nova colunista do Blog Rafael Nemitz.
Tem o caso do senador Lasier Martins que bateu de cinto na mulher!É uma vergonha!