O sono pode ser uma forma de fugir momentaneamente da realidade vivida pelo indivíduo. Dificuldades emocionais, pessoais ou laborais que sobrecarregam e impedem a busca por estratégias para resolução dessas questões, podem ser facilmente substituídas por momentos de sono. Ou seja, o indivíduo se enxerga incapacitado de resolver aquelas demandas que lhe trazem sofrimento e sem perceber busca no sono abster-se das tentativas.

É importante lembrar que o excesso de sono pode também estar relacionado a fatores orgânicos/físicos como, por exemplo, a anemia ou o sedentarismo.

Você percebe que o sono ultrapassa a normalidade quando, sem ter se privado dele, sente mesmo assim muito cansaço e vontade de se deitar, por exemplo, no meio do expediente de trabalho; Quando antes de dormir, ao invés de ler um livro ou assistir a uma programação, filme ou série de seu agrado, o sono é maior que tudo. Quando nos fins de semana ou em período de folga ou férias prefere dormir a aproveitar momentos de lazer, estando com a família ou diante da possibilidade de praticar um hobby ou uma atividade que antes lhe causava bastante entusiasmo.

A melhor forma de regularizar o sono e passar a dormir somente o tempo necessário, que costuma ser de 8 horas diárias, é a conscientização frente a um possível problema de cunho emocional e busca por ajuda especializada, a prática de atividade física, uma boa alimentação e a retomada gradual a atividades prazerosas, que sejam mais interessantes do que o sono (mesmo frente ao desejo de dormir).

O sono excessivo é um sintoma da depressão! Vários estudos já foram feitos em torno desse indício e observa-se que a fuga faz parte dessa tentativa desenfreada e muitas vezes inconsciente/obscura de amenizar os problemas e o sofrimento, melancolia, tristeza profunda e solidão que aparecem ligados a essa psicopatologia.

Observe-se, analise-se.

Se você se identificou com esse texto faça algo por ti. Durma menos e viva mais!

*Marianita Ortaça é psicóloga, cantora e instrumentista. Tem consultório e reside em São Luiz Gonzaga, na região missioneira. É filha de Pedro e Rose Ortaça. Irmã de Alberto e Gabriel. Realiza palestras em todo o Estado, especialmente sobre temas relacionados a psicologia.