Artigo/Crise no RS: De volta ao começo, ao fundo do fim Postado quarta-feira, 27 de novembro de 2019 ás 00:13
De volta ao começo, ao fundo do fim.
Então, voltamos a isso. Professores de um lado, Brigada Militar do outro, a rua Duque de Caxias parecendo aqueles fossos que protegiam os castelos medievais. E, num segundo, a batalha. A batalha que jamais deveria existir. A batalha entre os que, em verdade, deveriam estar do mesmo lado, tão maltratados, desrespeitados e desprezados têm sido, os Professores e os Brigadianos, por sucessivos "reis" que nos têm governado.
Que guerra absurda é essa? Que "reis" são esses que consideram Professores um "gasto", e não um investimento? Quem são, e do que são feitos, esses governantes que mandam a "mão do rei" receberem os representantes dos Professores na calçada, na boca da rua, como se fossem pedintes incômodos? Que governantes são esses que provocam uma situação de desespero entre uma classe que historicamente vem sendo amassada e espremida aos limites do intolerável, colocando-a em situação de confronto físico com uma outra classe, tão relegada quanto? Que coisa cruel e dolorosa ver Professores e Brigadianos num campo de batalha, de lados opostos, quando todos sabem que, enquanto lutam, e se batem, e sangram e se machucam no asfalto sujo da rua, e correm sem rumo por entre as árvores da praça, o "rei" está longe, muito longe, em salas limpas e protegidas, a pensar, com seus burocratas caros, que nem sequer suam, como vai convencer o povo de que ele é que está certo: Professores? Para quê? Para quem? Por quê pagar bons salários para essa gente que não faz absolutamente nada, a não ser "dar aulas"? Pior é que tem gente que cai nessa. Coisa horrível tudo isso. Coisa indizivelmente horrível. O "rei" está nu. O povo está triste. A praça está suja. As coisas vão mal. E a noite ainda nem chegou...
Antônio Augusto Biermann Pinto
Advogado e professor universitário em Santiago/RS
Com foto de Luiza Castro/Sul 21.
Parabéns pela abordagem, de forma clara e realista com que escreveu... espero que muitos o leiam e reflitam... E deixem a passividade de lado.
Lindo texto!
Não deveriam mesmo brigadianos e professores estarem na mesma luta? Não estão todos com seus salários defasados e pagos em parcelas? Deveriam se unir pra ficarem mais fortes. A educação só será de qualidade quando for valorizada.