BALEIA AZUL: O JOGO DA MORTE

Segunda coluna e, de início, tenho me deparado com assuntos impossíveis de fugir. O desta semana me causou tanto espanto que me fez perder noites de sono. Busquei estudar o infeliz tema “Jogo da Baleia Azul”, para trazer um alerta aos leitores.

Você deve estar pensando: “Ela deve ter filhos adolescentes em casa”. Errado. Tenho duas crianças com idades entre os sete meses e três anos, porém o problema que está se instalando é tão grave que qualquer pessoa de boa índole perde o sono.

Primeiramente, preciso te explicar o foco de minha preocupação. O Baleia Azul é um jogo mortal que vem ganhando popularidade e chamando a atenção de muitas pessoas na internet e no mundo. Um grupo oriundo da Rússia, conhecido como “#F57”, está sendo investigado devido a suspeita de que, com seu jogo, já teria induzido mais de 130 jovens a cometerem suicídio. Tudo se inicia com um convite para a página privada e secreta deste grupo “#F57” no Facebook, onde um instrutor passa alguns desafios aos seus novos jogadores. A partir daí, o que parece um jogo inocente torna-se macabro e mortal. 

No total, são propostos 50 desafios, tais como: escrever com uma navalha o nome daquele grupo na palma da mão, cortar o próprio lábio, desenhar uma baleia em seu corpo com uma faca, ficar um dia sem falar com ninguém, até chegar ao desafio final, que ordena tirar a própria vida. Um dado preocupante é que, após a vítima iniciar os desafios, ela não poderá desistir. Caso tente, é ameaçada de forma extremamente manipuladora e cruel.

Dados comprovam que as iscas principais são jovens vulneráveis, deprimidos, rebeldes, entre os 12 e 16 anos. Esses criminosos virtuais já estão atuando no Rio Grande do Sul e em cidades bem próximas da nossa região. Portanto, acredito que a principal atitude a ser tomada é a precaução. Precisamos chegar mais perto dos nossos jovens. Precisamos deixar de lado nossos celulares e focar nos aparelhos dos nossos filhos, irmãos, sobrinhos, afilhados, alunos.

Precisamos ficar atentos ao comportamento dos jovens que temos convívio, pois qualquer mudança brusca de conduta pode ser sinal de que o adolescente está enfrentando algo que não sabe lidar. Isolamento, mudança no apetite, passar muito tempo fechado no quarto ou usar roupas para não mostrar o corpo são pistas de que algo está errado.

Outro fator importante é interagir mais com os jovens, querer saber da rotina, dos seus projetos e das atividades realizadas entre amigos. Abra espaços para o diálogo, esteja disposto a ouvi-los, não importando a hora ou o local. 

Como terceiro passo, creio ser importante as ações dentro das escolas, pois é lá que as vítimas ficam por um bom tempo, inclusive os professores podem identificar situações de risco e evitar uma tragédia. Campanhas para aumentar a conscientização sobre a importância de cuidar da vida também são uma boa alternativa, proporcionando aos jovens pensarem no lado bom de viver. 

Pensando em todas as notícias que li sobre essa tragédia que vem invadindo cada dia mais lares brasileiros, não vejo outras soluções imediatas. Estar atento, orientar as crianças e adolescentes sobre a existência desse jogo, se aproximar mais do cotidiano dos jovens e criar estratégias de conscientização e valorização da vida são atitudes que estão próximas da nossa realidade. 

Além disso, devemos orar e pedir a Deus que a justiça consiga punir os responsáveis por esse jogo, impedindo-os de tirarem mais vidas de pessoas que tem tanto ainda para viver.

Naryel Barcelos é jornalista e radialista, proprietária e diretora do Jornal Fronteira Missões e da Rádio 89.1 FM, de Santo Antônio das Missões. Com destacada atuação na imprensa regional, a mãe da Manoela e do Inácio é a mais nova colunista do Blog Rafael Nemitz.