Coluna de Marianita Ortaça: Gestação, escolha do nome, percepção dos movimentos fetais Postado domingo, 27 de agosto de 2017 ás 19:13
GESTAÇÃO/ ESCOLHA DO NOME, PERCEPÇÃO DOS MOVIMENTOS FETAIS
A relação da mãe com seu bebê vai se constituindo desde o período pré-natal, e é influenciada pelas expectativas que ela tem sobre o bebê e pela interação que estabelece com ele.
Há casos de gestantes que não conseguem investir no bebê nem esperar nada dele, por medo que a realidade não satisfaça seus desejos. Algumas outras atribuem ao bebê somente expectativas de insucesso e de morte, o que geralmente se revela não através de verbalizações e sim de sensações, pensamentos e intensas preocupações. Nestas situações, a mãe não consegue desvencilhar-se de suas próprias vivências negativas e a relação mãe-bebê fica comprometida (PICCININI, GOMES, MOREIRA, LOPES 2004).
Se poupar de viver conflitos e sofrimentos psíquicos durante a gravidez, tratar a gestação como algo maravilhoso e abençoado, esperar com alegria e expectativa positiva o momento do parto é de grande importância para a saúde e relação mamãe-bebê
ESCOLHA DO NOME
O desejo de saber o sexo do bebê foi relacionado à necessidade de nomeá-lo, torná-lo mais concreto. O nome também é compreendido como um parâmetro de antecipação do bebê e é a partir também desta escolha que o bebê torna-se mais real e assume mais o seu lugar enquanto um ser autônomo (Brazelton, 1992; Szejer & Stewart, 1997).
O nome escolhido pode refletir muito das expectativas depositadas no bebê e, inclusive, remeter ao significado deste para os pais (Szejer, 1999). O nome influencia na qualidade da interação da mãe com o bebê, ou seja, a escolha de um nome contribui para que as “conversas” da mãe com o bebê fiquem mais personificadas (Raphael-Leff, 1997).
PERCEPÇÃO DOS MOVIMENTOS FETAIS
A percepção materna dos movimentos fetais é considerada um grande marco na gravidez, pois faz com que a mãe sinta o feto como mais real e personificado, e incrementa, por isso, as expectativas referentes a ele. É a partir da maneira como são percebidos estes movimentos que as gestantes vão atribuindo características de temperamento ao bebê, além de expressarem que a interação passou a ser recíproca, e elas podem até compreender certas mensagens dos filhos (Maldonado, 1997; Raphael-Leff, 1997; Szejer & Stewart, 1997).
Tentar conhecer seu bebê antes mesmo dele chegar, conversar com ele (chamá-lo pelo nome), compreender o que o agita e o que o acalma é algo mágico e que precisa ser praticado.
*Marianita Ortaça é psicóloga, cantora e instrumentista. Tem consultório e reside em São Luiz Gonzaga, na região missioneira. É filha de Pedro e Rose Ortaça. Irmã de Alberto e Gabriel. Realiza palestras em todo o Estado, especialmente sobre temas relacionados a psicologia.
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