Depressão Infantil: Sintomas e tratamento, artigo da psicóloga Maiara Castro de Freitas Postado quinta-feira, 25 de janeiro de 2018 ás 00:00
DEPRESSÃO INFANTIL: sintomas e tratamento
Você sabia que a depressão encontra-se presente em 1% a 2% das crianças em idade pré-escolar e entre 3% a 8% dos adolescentes? Estima-se que, até o final da adolescência, uma em cada cinco crianças poderão apresentar um episódio depressivo mais ou menos grave. Existem estudos epidemiológicos que sugerem que a depressão seja mais comum em países mais pobres. Esses dados são importantes para que possamos pensar na saúde e bem-estar de nossas crianças. Os sintomas de depressão em crianças são os mesmos que acometem os adultos. Você sabia disso? Logicamente, aqueles sintomas que dependem da descrição da própria pessoa serão menos detectados em crianças mais novas. Assim, os pais precisam estar atentos para observar:
- irritabilidade, humor depressivo, perda do interesse em grande parte das atividades ou incapacidade de sentir prazer nelas;
- dificuldade de raciocínio ou de concentração;
- alterações no sono (aumento ou diminuição);
- alterações no apetite (excesso ou falta);
- ideias de culpa (se a criança se sente culpada de algo que não fez, ou, se fez e a culpa é exagerada);
- sensação de falta de energia;
- alterações na atividade psicomotora;
- ideias de morte ou suicídio ou tentativas...
Para a realização do diagnóstico, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana - APA, a criança precisa apresentar a primeira condição listada acima, associada de pelo menos quatro dos sintomas seguintes. Essa avaliação deve ser realizada por um profissional capacitado, pois assim como nos adultos, existem múltiplos fatores que predispõem à depressão. Dentre eles, consideram-se fatores genéticos, cognitivos, maus tratos domésticos, ser vítima de bullying, um tipo de violência psicológica ou física que a criança sofre de forma recorrente; luto por perda de pessoas queridas e/ou próximas.
Por outro lado, existem fatores que diminuem à predisposição à depressão, sendo eles: a criança apresentar uma relação afetiva calorosa com os pais, um nível de inteligência elevado, capacidade de regular as emoções de forma adaptativa, hábitos de lidar com os problemas focando em sua resolução... Deste modo, os pais e/ou responsáveis devem procurar ajuda para os filhos sempre que:
- observarem que quadros de tristeza se prolongam excessivamente ou são desproporcionalmente profundos;
- quando identificam um desânimo persistente e dificuldades ou desmotivação da criança em aproveitar as atividades que outrora gostavam;
- e, se junto a estes sintomas, surgirem alterações mencionadas anteriormente, tais como: alterações no sono, apetite, dificuldades para se concentrar, e ideias muito tristes ou pessimistas.
É importante ressaltar que os critérios listados acima devem ser analisados por um profissional. Se os pais desconfiarem que "algo está errado" no comportamento de seus filhos, devem procurar ajuda, pois pode tratar-se de apenas alguns sintomas isolados ou de um problema real que necessita diagnóstico e tratamento. Portanto, um profissional competente avaliará essas preocupações e realizará a indicação adequada.
O tratamento envolve, assim como no caso dos adultos, psicoterapia e associação medicamentosa (de acordo com cada caso). O uso exclusivo de psicoterapia não é recomendado em casos moderados a graves de depressão (por isso a associação medicamentosa em paralelo ao tratamento psicológico).
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