A Diabetes melito abrange um grupo de distúrbios metabólicos que tem em comum a presença de hiperglicemia. É uma doença crônica, herdada ou adquirida e de acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 2030 há uma expectativa de 552 milhões de casos. A diabetes quando descompensada, apresenta repercussões importantes na boca como: Doença periodontal, Xerostomia (sensação de boca seca), hipossalivação (diminuição do fluxo salivar em quantidade e qualidade), síndrome da ardência bucal, deficiência de reparo, Candidíase, Cáries, Disfunção das glândulas salivares. O papel do cirurgião-dentista não se detém somente no tratamento dessas alterações, mas também no diagnóstico e controle da mesma.

A identificação ou suspeita de Diabetes em pacientes no consultório odontológico se apresenta, com manifestações clínicas, e sintomatologia bucal especificas, que podem mudar de acordo com o estágio da doença, mas vale ressaltar que a doença periodontal é a sexta complicação crônica da Diabetes, estando já comprovada a relação entre a doença periodontal e o quadro clinico de diabetes. O que eu quero dizer com isso, é que se eu melhoro o quadro bucal desse paciente, eu melhoro diretamente a condição clínica da doença. A boca sofre muito com Diabetes, o cirurgião dentista, tem obrigação de remover foco de infecção na cavidade oral, pois foco de infecção aumenta a glicemia, nós dentistas ajudamos a ação do medicamento, removendo foco de infecção. 

Dentre os fatores que influenciam a progressão e agressividade da doença periodontal nesses pacientes estão: idade, controle metabólico, microbiota periodontal, alterações vasculares, alterações no metabolismo do colágeno, fatores genéticos e alterações de resposta inflamatória.

O paciente diabético, apresenta uma disfunção imune, o que leva ele a ter muita candidíase, queilite angular, glossite mediana e líquen plano. Portando, para o atendimento seguro, o cirurgião dentista deve conhecer as alterações bucais e sistêmicas dos pacientes diabéticos

No caso de suspeita de Diabetes, o cirurgião-dentista deve solicitar exames laboratoriais para avaliar a glicemia e encaminhar este paciente para um Endocrinologista. 

Uma situação de emergência no consultório odontológico que pode acometer, principalmente no paciente diabético tipo 1 é a hipoglicemia, situação em que a glicemia no sangue cai bruscamente, acompanhado de sinais e sintomas que, quando reconhecidos, devem ser imediatamente tratados.

Pacientes diabéticos bem controlados podem ser tratados como pacientes normorreativo (absolutamente saudável). Mas é necessário que haja dialogo mais efetivo entre odontologia e medicina, para que o paciente seja, enfim, visto como um todo, elevando os índices de sucesso terapêutico nas duas profissões, afinal, uma depende diretamente da outra.