Sergio Moro pede demissão do Ministério da Justiça e Bolsonaro perde seu "Super Ministro" Postado sexta-feira, 24 de abril de 2020 ás 13:05
O presidente Jair Messias Bolsonaro sofreu um duro golpe nesta sexta-feira, 24. O mais popular Ministro do seu Governo, o ex-juiz federal Sergio Moro, pediu exoneração após o presidente ter exonerado o diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, também nesta manhã. Valeixo foi indicado para o cargo por Moro e, contra a vontade do Ministro, foi demitido por Bolsonaro.
Quando ingressou no Governo Federal, Jair Bolsonaro deu a entender que Sergio Moro seria um "Super Ministro" e teria carta branca para trabalhar. Ao anunciar sua demissão, em coletiva de imprensa, Moro fez graves acusações, entre elas de que Bolsonaro quer interferir nas investigações da Polícia Federal.
Para os apoiadores de Bolsonaro, Moro era considerado um herói pelas ações a frente da Operação Lava Jato. Sua saída gera uma crise presidencial em vários aspectos.
Trechos da fala de Sergio Moro, em seu pronunciamento:
– Queria lamentar aqui esse evento na data de hoje, estamos passando por uma pandemia. (...) Queria ao máximo evitar que acontecesse, mas foi inevitável. Não foi por minha opção – diz Sergio Moro.
– Tem outros bons nomes para assumir o cargo. O grande problema de realizar essa troca é que haveria uma violação da promessa que me foi feita, de carta branca. E haveria uma interferência política na PF. (...) Ia gerar uma desorganização. Não aconteceu durante a Lava-Jato, durante governos anteriores.
– Falei para o presidente que seria uma interferência politica, ele disse que seria mesmo. Mas pra evitar uma crise durante a pandemia, eu sinalizei substituir Valeixo por alguem com perfil técnico, que fosse sugestão minha, da própria PF. Sinalizei Disney Rosseti, mas não obtive resposta.
– O grande problema é que não é tanto quem colocar, mas por que colocar. E permitir que seja feita a interferência política no âmbito federal. O presidente disse várias vezes que queria alguém do contato dele, que pudesse fazer ligações, colher relatório. E não é o papel da PF prestar esse tipo de trabalho – relata Moro.
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