Talvez nunca um filme brasileiro tenha tido tanta expectativa para a estreia como o Tropa de Elite 2. Não só pelo primeiro ter virado um hit cultural, tendo bordões do tipo “nunca serão” e “pede pra sair” incorporados pelos brasileiros, mas por ressaltar uma temática densa, porém próxima da realidade das grandes cidades. Esse é o maior lançamento nacional desde 1995 – são 600 cópias, número que permite uma comparação com blockbusters internacionais (Homem Aranha 3 saiu com 697 cópias).

O sucessor, que chega aos cinemas hoje – em Santa Maria, estreia tanto na Arcoíris Cinemas quanto na Movie Arte Cinemas –, mostra para que veio. Agora, Nascimento recoloca em xeque o debate sobre a questão de que “bandido bom é bandido morto”. Só que, desta vez, o que deve ser combatido pelos Caveiras são de outro setor, bem longe das favelas. Eles vestem terno e gravata.

Passados 15 anos, a mira de Nascimento, estampando o título de coronel, sai dos traficantes para se voltar para os políticos. De forma mais crítica e ácida, Tropa de Elite 2 vai mais a fundo no problema social, buscando a origem da violência e dos problemas urbanos.

Por estar no cargo de secretário de Segurança, Nascimento entra em contato com outra realidade do sistema, na qual os bandidos, na verdade, deveriam estar na defesa da população. O filme mantém a estética hollywoodiana das cenas de ação, que surpreenderam quem ainda considerava o cinema brasileiro tecnicamente pobre. Alavancado pelo sucesso do primeiro Tropa de Elite (2007), a estreia custou mais de R$ 17 milhões – o segundo mais caro da história, perdendo só para Nosso Lar, que custou R$ 20 milhões. É importante ressaltar que o primeiro sucesso ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2009, um dos prêmios mais importantes do cinema mundial.