Os bastidores da Operação Navalha

Os bastidores da Operação Navalha Postado sábado, 31 de março de 2012 ás 12:35

Na madrugada em São Borja, com colegas da imprensa estadual.
Foto: Fernando Ramos/Agência RBS.

Tomei conhecimento da movimentação policial em Santiago, no final da tarde de quinta-feira. Sabia, apenas, que ocorreria uma intensa operação. Uma autoridade policial me pediu sigilo. Respeitei. Porém, outros dois blogs locais já haviam externado sobre a operação e, então, para não perder a notícia, comecei a postar, informar e especular.

A Polícia Civil de Santiago, pela primeira vez, não repassou nenhuma dica, 0 informação. Porém, através de informantes externos, fui chegando a informações que, mais tarde, me deixaram surpresos. Minhas dicas, publicadas antes do início da operação, se aproximaram da realidade. Especulei no blog que o nome da Operação seria "Navalhada". Mais tarde, lá em São Borja, de madrugada, descobri que seria Navalha. Aliás, um dos delegados responsáveis queria saber como obtive as informações quase precisas.

Me envolvi na cobertura, a partir das 20h de quinta-feira. À 1h da manhã, sem sequer ter parado para comer alguma coisa, me desloquei para São Borja seguindo o comboio de viaturas que saíram do Quartel do 9º B Log, em Santiago, junto com colegas da imprensa estadual. Chegamos em São Borja por volta das 2h, em uma indústria de arroz. Lá, uma incrível estrutura de cinema foi montada para reunir os mais de 600 policiais que iriam participar da Operação e que só ficaram sabendo do plano na madrugada de sexta-feira. A imprensa também.

Oficialmente, os delegados Emerson Wendt e Gerri Adrini Mendes se pronunciaram por volta das 3h30min da madrugada. Foi a partir deste horário que os policiais e imprensa souberam de todas as ações que seriam realizadas a partir das 6h da manhã.

Devido aos compromissos em Santiago, saí de São Borja às 5h e cheguei em Santiago pouco antes das 7h, sem jantar, sem dormir, fui ao trabalho. Até o meio-dia, segui na rádio. Parei rapidamente para almoçar e segui trabalhando até às 16h. Só então, consegui descansar. Nesse tempo, o blog esteve sempre atualizado e, na rádio, informação em tempo real, inclusive com a colaboração de jornalistas que seguiam em São Borja. Um deles, participou ao vivo do meu programa, na Verdes Pampas FM, atualizando os números da "Navalha".

Apesar da correria e de todo o cansaço, valeu à pena pois pude acompanhar de perto a maior operação policial de combate ao tráfico desencadeada pela Polícia Civil gaúcha. Além, é claro, de ter recebido reconhecimento das autoridades policiais por ser o único integrante da imprensa de Santiago a acompanhar e registrar a operação.