Coluna de Marianita Ortaça: "Adeus Chupeta e Mamadeira!" Postado quarta-feira, 18 de janeiro de 2017 ás 10:28
ADEUS CHUPETA E MAMADEIRA!
O hábito de usar a chupeta e/ou mamadeira para dormir ou durante o dia faz com que muitas crianças se acalmem, principalmente quando por algum motivo o infante sofre com sintomas de ansiedade. Por essa e outras razões muitas vezes a criança passa a usar além do tempo normal. Alguns pequenos largam o bico e mais tarde podem voltar a usá-lo diante de uma situação/período desafiador e de estresse, como, por exemplo, começar a ir à creche ou escolinha, apresentar dificuldades nas relações familiares, de amizade e sociabilidade e/ou problemas de aprendizagem. Aí que entram as figuras de autoridade, os pais.
Muitas vezes os problemas/dificuldades relacionados a mudanças de hábitos vem associados a falta de atitude ou comportamentos errôneos dos genitores.
Não existe uma fórmula que ensine passo-a-passo como tirar a chupeta ou mamadeira da criança sem traumatizá-la. Pela forma natural a criança tende gradativamente a sentir menos necessidade e perceber que esses objetos já não fazem parte da nova fase. Mas quando isso não ocorre e a criança insiste no uso, o papel dos pais será determinante.
Uma das formas eficazes e saudáveis de retirar da rotina da criança a chupeta e mamadeira é com muito diálogo onde o adulto irá passar tranquilidade e segurança para o pequeno (a) dependente que precisa através desse simples abandono, simples gesto, alçar voo rumo a autonomia e independência.
Conversar com seu filho (a) explicando que bebês usam essas coisas, um mocinho (a) como ele (a) não. Fazer um tipo de troca, de trato também é válido. Desde que seja cumprido a risca! Não se pode enganar uma criança e nem tampouco ceder diante da primeira demonstração de irritabilidade, choro e birra da criança. Quando as birras ocorrerem os pais devem relembrar a criança - de forma clara e carinhosa - do trato feito, caso contrário o pequeno (a) entenderá que sua pirraça surtirá efeito sempre e aí se foi a autoridade e sucesso dos genitores nessa empreitada.
Dizer que irá trocar a mamadeira por um copo lindo do personagem de desenho animado preferido dele. Dizer que vai entregar para o Papai Noel ou Coelhinho da Páscoa em troca de um prêmio bem legal também vale. Afinal, ele é um campeão, está vencendo sua vontade de usar o objeto desejado e que tanto lhe traz conforto e prazer.
Jamais, em hipótese alguma se deve fazer uso de estratégias baixas para convencer a criança, como por exemplo, gritos e ameaças, uso de pimenta ou vinagre, como algumas tias antigas ensinavam.
Se você já tentou de tudo e não consegue obter sucesso, a psicoterapia com criança deve ser procurada. Lembra-se que ela nunca se dá de forma isolada, os pais são muito importantes e responsáveis pelo sucesso do tratamento, mudando hábitos, dando limites, colocando regras, dando atenção, carinho e segurança para a criança vencer as barreiras e dificuldades.
*Marianita Ortaça é psicóloga, cantora e instrumentista. Tem consultório e reside em São Luiz Gonzaga, na região missioneira. É filha de Pedro e Rose Ortaça. Irmã de Alberto e Gabriel. Realiza palestras em todo o Estado, especialmente sobre temas relacionados a psicologia.
Olá, boa tarde.
Gostaria de contribuir com a matéria em relação a este assunto.
Também sou Psicólogo, na cidade de Santa Maria, e percebesse que a segurança que as crianças procuram nesses objetos é fruto da insegurança transmitida pelos adultos.
Os pais precisam ser zelosos, no entanto não podem tornar o mundo na volta algo amedrontador, que a criança acabe sempre procurando na chupeta, no ursinho, no "cherinho", o seu escudo protetor. Os pais precisam conversar, olhos nos olhos, pautado na verdade. Por mais pequenos que sejam, as crianças compreendem muito bem o mundo dos adultos. Os pais precisam demonstrar carinho, amor e afeto, não basta apenas proporcionar um quarto legal, brinquedos modernos, precisa dispor de tempo, de contato afetivo, acredito que desta maneira as crianças terão mais chances de terem um desenvolvimento saudável, se tornarem adolescente equilibrados e adultos capazes de enfrentar o mundo e educar sadiamente seus futuros filhos.
Abraço.
Diogo Gustavo Moraes Gomes
Psicólogo Clínico / Diretor de Recursos Humanos
CRP 07/20251