Apesar dos argumentos utilizados na missiva, é preciso considerar que os serviços públicos, especialmente em área tão sensível como a segurança pública, não podem permanecer nos patamares atuais, mesmo ante o quadro descrito pela Federasul.

Estamos falando de servidores que, mesmo sofrendo um arroxo salarial sem precedentes, não interromperam seu trabalho durante toda a pandemia de covid-19, com exposição permanente à contaminação e até com perdas de vidas.

Servidores que já deram importante contribuição para a estabilização financeira do Estado na reforma da previdência, com a perda de vantagens históricas e com redução salarial provocada pelo aumento de suas contribuições previdenciárias.

Servidores que, durante a recente calamidade climática, foram os primeiros a se dedicar, inteiramente, ao salvamento de vidas e à manutenção da segurança pública, mesmo num ambiente caótico. Servidores que são os garantidores da paz social que permite aos demais segmentos sociais desenvolverem suas atividades, seja na indústria, no comércio, na saúde, na educação, na produção de insumos básicos.

Servidores que, por outro lado, precisam de um mínimo de tranquilidade para desenvolverem seu trabalho, além de manterem suas famílias e que vêm encontrando sérias dificuldades justamente por falta de uma recomposição salarial que, pelo menos, reduza as perdas impostas pela inflação nos últimos anos.

Portanto, a ASDEP espera que o Governo do Estado mantenha sua disposição de recompor a remuneração dos servidores da segurança pública, mesmo que em patamares inferiores ao que seria desejável.