A Polícia Civil está ouvindo testemunhas e analisando câmeras de monitorando e vídeos particulares para definir o que causou a morte de Ênio Daniel Druzian, de 56 anos. Ele dançava sem camisa no palco da boate Reunião Chopp e Churras, no bairro Camobi, em Santa Maria, na madrugada deste domingo (15), quando foi puxado por um segurança e acabou morrendo.

Clientes da boate filmaram a cena e os momentos que se seguiram, que mostram o homem caído no chão, agonizando, e depois sendo removido da boate pelo SAMU, já morto. Quem presenciou o acontecimento, alegou em redes sociais que o homem foi agredido por seguranças. Essa versão ainda não foi confirmada pela Polícia Civil e é negada pela direção da boate bem como pela empresa de segurança, a Najar e Cortes.

O que diz a ocorrência e a versão de uma testemunha

O caso está sendo investigado pelo Delegado Adriano De Rossi, titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP). Segundo a autoridade policial, "na ocorrência consta que ele foi retirado porque estava em cima do palco e iria começar a arrear as calças. Em um dos vídeos que está circulando isso não acontece, não aparece essa conduta da vítima, mostra ele realmente sendo puxado. Em relação ao segurança ter agredido ele posteriormente, não chegou nada oficialmente até nós. Nós temos um pedaço do que aconteceu, não um todo. Agora, ouvindo outras testemunhas, vamos aprofundar isso".

​Conforme uma testemunha que não quis se identificar, mas que estava na festa, presenciou o fato e conversou com a reportagem do Diário de Santa Maria, Ênio dançava sem camisa no palco quando foi puxado por um dos seguranças da festa. Com a força da abordagem, ele teria caído e batido com a cabeça no chão.

​Laudo irá nortear investigações

O resultado do laudo de necropsia que irá apontar se a causa da morte de Ênio foi natural ou ocasionada a partir de violência traumática será uma peça fundamental na investigação.

— Se a morte foi realmente causada por violência, a gente encara a investigação de outra forma. Agora, se foi uma morte natural, vamos ver se é decorrência de alguma conduta que o segurança poderia ter causado, destacou o delegado.

Vítima morou em Santiago e deixa um filho

Ênio era conhecido pelo apelido de "Cowboy". Ele era viúvo e deixou um único filho, Lorenzo Druzian. Antes de mudar-se para Santa Maria, ele morou em Santiago, onde tornou-se bastante conhecido. Nas redes sociais do Blog Rafael Nemitz, leitores reportaram que Ênio trabalhava com conserto de máquinas de lavar roupas e havia morado no bairro Riachuelo.