"Sapo", da facção Os Bala na Cara, foi quem matou "Nego Jackson", da facção V7 Postado domingo, 24 de novembro de 2024 ás 17:49
Duas investigações foram abertas para esclarecer as circunstâncias do assassinato de Jackson Peixoto Rodrigues, o ‘Nego Jackson’, 41 anos, ocorrido no módulo 3 da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan 3), no sábado (23). Ele foi emboscado por outro detento, que disparou sete tiros com uma pistola. Um dos inquéritos é do Departamento de Homicídios da Polícia Civil. O outro é administrativo, instaurado pela Polícia Penal, por solicitação da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo.
O autor dos disparos, Rafael Telles da Silva, o Sapo, foi preso em flagrante. Os dois detentos estavam em celas vizinhas numa mesma ala, o que é incomum em se tratando de rivais. A suspeita é que a pistola usado no crime tenha sido lançada no pátio da penitenciária por meio de um drone.
Enquanto Jackson era um dos principais líderes da facção V7, Rafael é integrante da facção Os Bala na Cara. Rivais, um não deveria estar em cela próxima do outro. Essa e outras falhas de segurança na Penitenciária Estadual de Canoas estão sendo investigadas.
"Nego Jackson" chegou a ser encaminhado para atendimento médico, mas não resistiu aos disparos e morreu no Hospital. Faccionados usaram as redes sociais para divulgar as fotos de sua morte, em uma das postagens as imagens estavam acompanhadas de uma frase: "Talvez o Jackson não saia dessa..."
Preso no Paraguai
A foto acima (de Carlos Shahtebek / ABC Color) mostra "Nego Jackson" sendo conduzidos por policiais quando foi preso no Paraguai.
Tanto o faccionado morto como seu Rival Rafael estavam na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), porém foram transferidos para a Penitenciária Estadual de Canoas porque lá existem bloqueadores que celulares que impedem o contato dos presos com companheiros de facção que estão soltos. A medida, porém, nesse caso, não deu certo. A aproximação dos rivais facilitou a execução do crime.
Consequências
No final da noite deste sábado (23), no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, houve manifestações em relação à morte do líder dos V7, que também participava de um grupo que se denominava Anti-Bala. Integrantes da facção local soltaram foguetes e dispararam tiros para o alto, comemorando o atentado. Um helicóptero da Brigada Militar chegou a sobrevoar a região observando a movimentação.
Ao mesmo tempo, um alerta da Brigada Militar em grupos de policiais foi emitido. O alerta mencionava a rivalidade entre as duas facções e que havia um forte indicativo de que o possível local de represálias fosse o bairro Bom Jesus, área já marcada por conflitos entre as organizações criminosas V7 e Bala na Cara, que é originária da região.
Havia um pedido para que os policiais militares do policiamento ostensivo mantivessem alerta máximo durante o patrulhamento nas áreas da Vila Jardim e Bom Jesus. "Manter atenção em movimentações suspeitas, considerando a possibilidade de um aumento da violência devido a represálias. Priorizar ações preventivas para evitar novos confrontos e preservar a segurança da população local. Atenção redobrada nas áreas críticas", acentuava a mensagem.
No entanto, no início da madrugada ocorreram dois assassinatos no bairro Bom Jesus. Ainda não se sabe se têm ligação com o assassinato na Pecan.
Com informações de Zero Hora e Correio do Povo.
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