Calor extremo aumenta risco de queimadas no Rio Grande do Sul Postado sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025 ás 22:51
Período entre 10h e 16h é considerado crítico para qualquer atividade com fogo, alerta a Defesa Civil
A onda de calor que atravessa coloca o Rio Grande do Sul em estado crítico para queimadas, aponta a Defesa Civil. Na última terça-feira, 7, foi registrada a maior temperatura em 115 anos no Estado, 43,8ºC em Quaraí.
O Major Silvano Rodrigues, Coordenador Regional da CREPDEC 5 da Defesa Civil e ex-presidente da Câmara Técnica de Incêndios Florestais do RS, explica que temperaturas tão altas deixam as condições perigosas para queimadas, mesmo que outros fatores não ocorram.
“Existe em um fator que é chamado o ‘fator 30/30/30’. Ou seja, 30 dias sem chuva, a umidade abaixo de 30% e temperatura acima de 30ºC. Essas condições são um fator de risco de queimadas”, explica o Major. Mas segundo Rodrigues, quando as temperaturas estão muito mais elevadas, o risco de queimadas aumenta mesmo que os demais aspectos do fator não estejam presentes. “Esse fator pode ser agravado em virtude das altas temperaturas. A gente está registrando temperaturas na casa dos 40º, então esse fator é potencializado. Não precisa desse tempo todo sem chuva e umidade do ar para estar perigoso”, resume.
Para diminuir as chances de causar um incêndio descontrolado, o Major faz algumas recomendações: “Existe um período entre às 10h e às 16h que é um período crítico. Neste momento, o ideal é evitar qualquer tipo de fogo. Também que evite lidar com equipamentos que produzam fagulha ou que, se precisar, que tenham o máximo de atenção.”
O Major reforça a necessidade de alerta ainda maior para quem mora nas regiões do Sul e Sudoeste do estado, que compreendem o bioma pampa. Segundo Rodrigues, esta vegetação costuma ser mais sujeita à queima. “A vegetação é mais rasteira e menos robusta. Fazer um fogo com uma madeira mais grossa é bem mais difícil que em uma folha de papel, ou seja, essa vegetação facilita a propagação de incêndios.” Contudo, o risco de incêndio segue presente nas demais regiões do estado, especialmente na área de lavouras secas.
Rodrigues ressalta que as autoridades, como Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Defesa Civil, devem ser acionadas o mais rápido possível em qualquer situação de incêndio.
Com foto de Priscila Menezes, de incêndio nesta sexta-feira, 07, em São Vicente do Sul. As informações são do Correio do Povo.
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