Perda de memória: quando é normal e quando pode ser sinal de alerta? Postado domingo, 17 de agosto de 2025 ás 08:47
Perda de memória: quando é normal e quando pode ser sinal de alerta?
Quem nunca esqueceu onde deixou as chaves ou entrou em um cômodo sem lembrar o motivo? Esses pequenos lapsos de memória são comuns e, muitas vezes, fazem parte do envelhecimento natural. No entanto, em algumas situações, a perda de memória pode ser um sintoma de algo mais sério, como o início de uma demência.
A perda de memória é um dos motivos mais frequentes para a busca por atendimento médico, principalmente em adultos mais velhos. Muitas vezes, são os familiares que percebem primeiro os esquecimentos e levantam a preocupação: será Alzheimer?
A boa notícia é que nem todo esquecimento é sinal de doença. Existem diferentes causas para a perda de memória, e algumas delas são reversíveis.
Como a memória funciona
A memória pode ser dividida em dois grandes tipos: curto prazo e longo prazo.
Memória de curto prazo: armazena informações temporárias, como uma lista de compras.
Memória de longo prazo: guarda lembranças duradouras, como o nome da escola em que estudou.
O hipocampo, uma região do cérebro, é fundamental nesse processo. Ele ajuda a transformar memórias recentes em memórias duradouras. Quanto mais uma informação é repetida ou revisitada, maior a chance de ser fixada.
Esquecimento normal ou problema de saúde?
Com o envelhecimento, é comum demorar mais para aprender coisas novas ou precisar de mais repetições para memorizar. Esse tipo de esquecimento não compromete a vida diária e não é sinal de demência.
Por outro lado, existem situações em que a perda de memória pode indicar um quadro mais grave.
Alterações relacionadas à idade
Lapsos ocasionais, como esquecer onde deixou os óculos.
A memória volta depois de algum tempo.
Não afeta a independência.
Comprometimento cognitivo leve
Esquecimentos mais frequentes que o esperado para a idade.
O indivíduo esquece conversas recentes, compromissos e encontros.
Ainda consegue manter suas atividades do dia a dia.
Em alguns casos pode evoluir para demência.
Demência (incluindo Alzheimer)
Esquecimento mais profundo e progressivo.
Dificuldade em realizar tarefas simples, como cozinhar seguindo uma receita.
Esquecimento de eventos inteiros, não apenas detalhes.
Nos estágios mais avançados, há desorientação no tempo e espaço e alterações de comportamento.
Depressão
Pode causar um quadro parecido com a demência, chamado pseudodemência.
A pessoa percebe e se queixa dos lapsos de memória.
Normalmente vem acompanhada de tristeza, alteração no sono, apetite reduzido e desânimo.
Outras possíveis causas de perda de memória
Além do envelhecimento, comprometimento cognitivo leve, demência e depressão, outras condições podem prejudicar a memória:
Deficiência de vitamina B12
Problemas da tireoide
Traumatismos cranianos
Acidente vascular cerebral (AVC)
Tumores cerebrais
Infecções, incluindo HIV
Uso excessivo de álcool, drogas ou alguns medicamentos
Há também o delirium, um estado de confusão mental aguda que exige atendimento médico imediato.
Quando procurar um médico
A avaliação médica é importante sempre que a perda de memória interfere nas atividades do dia a dia.
A busca deve ser imediata quando houver:
Dificuldade para se orientar no tempo e no espaço
Confusão mental súbita
Sintomas associados como alterações na fala, visão ou equilíbrio
Sintomas depressivos graves, incluindo pensamentos de autolesão
Avaliação médica
Na consulta, o médico colhe o histórico do paciente, pode conversar com familiares e realiza testes de memória, atenção e linguagem. Exames de sangue, de imagem (ressonância magnética, tomografia) e, em casos específicos, punção lombar podem ser necessários.
Tratamentos e cuidados
Quando existe uma causa tratável – como falta de vitamina B12, depressão ou hipotireoidismo –, corrigir o problema costuma melhorar a memória.
Nos casos de demência, os medicamentos disponíveis não curam, mas podem retardar a progressão e oferecer melhora temporária dos sintomas.
Além do tratamento médico, alguns hábitos podem ajudar a preservar a memória:
Praticar atividade física regular
Manter uma alimentação saudável
Ter boas noites de sono
Participar de atividades sociais
Aprender coisas novas
Estimular o cérebro com leitura, jogos de raciocínio e palavras cruzadas
Organizar rotinas com listas, calendários e lembretes
Conclusão
Esquecer algumas coisas faz parte da vida, especialmente com o passar dos anos. No entanto, quando a memória começa a afetar as atividades cotidianas, é hora de procurar ajuda médica. Identificar a causa correta é essencial, já que muitos casos podem ser tratados ou controlados.
Cuidar do corpo e da mente é a melhor forma de preservar a memória e garantir qualidade de vida em todas as fases da vida.
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