O acidente em São Vicente: Pai e 2 filhos foram enterrados ontem Postado terça-feira, 8 de junho de 2010 ás 10:17
Dezenas de familiares e amigos tiveram uma triste missão ontem: despedir-se de Almedorindo Retuburata dos Santos Souza, 40 anos, e dos filhos dele, Jean Franchesco Francisco de Souza, 12, e Mateus Francisco Souza, 11, mortos em um acidente na noite de domingo, no km 334,5, da BR-287, em São Vicente do Sul.
O Escort preto da família, que trafegava no sentido São Vicente-Jaguari, colidiu em um Escort vermelho, com placas de Porto Alegre, que ia no sentido contrário. O motorista do carro vermelho – Airton Gomes do Nascimento, 60 anos – também morreu na hora. A ocupante do Escort vermelho, Cleci da Silva Evangelista, 41, ficou ferida e recebeu alta na tarde de ontem do Hospital de Caridade. Nascimento foi enterrado em Viamão.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Souza teria perdido o controle do carro, batendo contra o outro automóvel. Com a força do choque, o carro preto foi parar em um matagal perto do acostamento, do lado contrário onde trafegava originalmente, e o Escort vermelho rodopiou na pista. Conforme a PRF, Souza não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O pai foi jogado para fora do carro, e Jean ficou preso pelo cinto de segurança, no banco do carona. Os dois morreram na hora. Dentro do carro, havia sacolas com roupas e cadernos com nomes diferentes de meninos. O material escolar foi a pista para os policiais de que poderia haver outra criança entre as vítimas. A suspeita se confirmou por volta da meia-noite: Mateus foi encontrado sem vida no matagal, a cerca de 30 metros de onde parou o automóvel.
Tristeza – Pai e filhos eram de São Vicente do Sul, mas moravam em Nova Esperança do Sul. No domingo à noite, voltavam para casa depois de ter passado o feriadão de Corpus Christi na casa de parentes, em Cacequi. O velório e o enterro, em São Vicente, onde moram parentes da família, reuniram dezenas de pessoas.
A escola onde os meninos estudavam – Colégio Estadual José Benincá – e a empresa Bonoto e Delevati, que monta moldes de calçados, na qual o pai trabalhava, suspenderam as atividades na tarde de ontem. A professora Ivoni Munareto Soares, 57 anos, não conseguia conter as lágrimas ao falar dos irmãos, que eram colegas da turma 42 (4ª série).
– Eram meninos responsáveis e que gostavam de estudar. Essa é a maior dor que eu já senti desde que comecei a trabalhar na escola. Tenho de chorar hoje (ontem), porque amanhã (hoje) tenho de ter forças para encarar a turma sem eles – disse.
Um ônibus foi fretado pela escola para levar colegas ao velório. Ivoni lembra que, cada um com seu jeito – Jean, mais extrovertido, e Mateus, mais retraído –, conquistava a todos.
Entre os colegas de fábrica de Almedorindo, conhecido como Bira, os rostos transpareciam a incredulidade com o que havia acontecido na noite de domingo. A empresária Mara Divani Bonoto Delevati, 36 anos, dona da empresa, foi avisada do acidente por volta da meia-noite.
– A polícia ligou para saber se o carro era realmente dele. Ele era uma pessoa esforçada e totalmente dedicada à família – lembra.
Pela manhã, os mais de 200 colegas de Almedorindo fizeram um minuto de silêncio e rezaram. A empresa fretou um ônibus para quem quisesse ir ao velório e ao enterro.
A família de Almedorindo viveu outra tragédia há cinco anos. A mulher dele, Tânia, morreu de câncer. Desde então, o viúvo tinha uma jornada dupla de trabalho para sustentar os quatro filhos – o casal tinha mais duas meninas. Quando não estava na fábrica, fazia estofamentos de carro. A mãe também está enterrada em São Vicente do Sul.
Pai e filhos foram enterrados às 18h de ontem, no Cemitério Eternas Lembranças. A família não quis falar sobre o acidente.
O Escort preto da família, que trafegava no sentido São Vicente-Jaguari, colidiu em um Escort vermelho, com placas de Porto Alegre, que ia no sentido contrário. O motorista do carro vermelho – Airton Gomes do Nascimento, 60 anos – também morreu na hora. A ocupante do Escort vermelho, Cleci da Silva Evangelista, 41, ficou ferida e recebeu alta na tarde de ontem do Hospital de Caridade. Nascimento foi enterrado em Viamão.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Souza teria perdido o controle do carro, batendo contra o outro automóvel. Com a força do choque, o carro preto foi parar em um matagal perto do acostamento, do lado contrário onde trafegava originalmente, e o Escort vermelho rodopiou na pista. Conforme a PRF, Souza não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O pai foi jogado para fora do carro, e Jean ficou preso pelo cinto de segurança, no banco do carona. Os dois morreram na hora. Dentro do carro, havia sacolas com roupas e cadernos com nomes diferentes de meninos. O material escolar foi a pista para os policiais de que poderia haver outra criança entre as vítimas. A suspeita se confirmou por volta da meia-noite: Mateus foi encontrado sem vida no matagal, a cerca de 30 metros de onde parou o automóvel.
Tristeza – Pai e filhos eram de São Vicente do Sul, mas moravam em Nova Esperança do Sul. No domingo à noite, voltavam para casa depois de ter passado o feriadão de Corpus Christi na casa de parentes, em Cacequi. O velório e o enterro, em São Vicente, onde moram parentes da família, reuniram dezenas de pessoas.
A escola onde os meninos estudavam – Colégio Estadual José Benincá – e a empresa Bonoto e Delevati, que monta moldes de calçados, na qual o pai trabalhava, suspenderam as atividades na tarde de ontem. A professora Ivoni Munareto Soares, 57 anos, não conseguia conter as lágrimas ao falar dos irmãos, que eram colegas da turma 42 (4ª série).
– Eram meninos responsáveis e que gostavam de estudar. Essa é a maior dor que eu já senti desde que comecei a trabalhar na escola. Tenho de chorar hoje (ontem), porque amanhã (hoje) tenho de ter forças para encarar a turma sem eles – disse.
Um ônibus foi fretado pela escola para levar colegas ao velório. Ivoni lembra que, cada um com seu jeito – Jean, mais extrovertido, e Mateus, mais retraído –, conquistava a todos.
Entre os colegas de fábrica de Almedorindo, conhecido como Bira, os rostos transpareciam a incredulidade com o que havia acontecido na noite de domingo. A empresária Mara Divani Bonoto Delevati, 36 anos, dona da empresa, foi avisada do acidente por volta da meia-noite.
– A polícia ligou para saber se o carro era realmente dele. Ele era uma pessoa esforçada e totalmente dedicada à família – lembra.
Pela manhã, os mais de 200 colegas de Almedorindo fizeram um minuto de silêncio e rezaram. A empresa fretou um ônibus para quem quisesse ir ao velório e ao enterro.
A família de Almedorindo viveu outra tragédia há cinco anos. A mulher dele, Tânia, morreu de câncer. Desde então, o viúvo tinha uma jornada dupla de trabalho para sustentar os quatro filhos – o casal tinha mais duas meninas. Quando não estava na fábrica, fazia estofamentos de carro. A mãe também está enterrada em São Vicente do Sul.
Pai e filhos foram enterrados às 18h de ontem, no Cemitério Eternas Lembranças. A família não quis falar sobre o acidente.
Reportagem: Joanna Ferraz/Diário de Santa Maria.
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