"Os pobres estarão, prioritariamente, no orçamento público", diz Simone Tebet Postado domingo, 8 de janeiro de 2023 ás 09:34
A ministra do Planejamento
e Orçamento, Simone Tebet, disse na quinta-feira (05/01) que o
objetivo do governo é incluir as camadas mais vulneráveis do país nos
projetos e no orçamento público. A
afirmação foi feita durante a cerimônia de transmissão do cargo, em
Brasília (DF).
"Os pobres estarão,
prioritariamente, no orçamento público. Mas não apenas eles: a primeira
infância, os jovens e idosos estarão no orçamento. As mulheres, os
negros, os povos originários, estarão no
orçamento. As pessoas com deficiência, a comunidade LGBTQIA+ estarão no
orçamento. Os trabalhadores brasileiros estarão no orçamento. Nosso
plano de governo tem que abarcar todas essas necessidades sem causar
desarranjo nas contas públicas, de olho
na dívida pública e nos indicares econômicos", assegurou ela.
A solenidade contou com as
presenças do vice-presidente da República e ministro do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, do
ex-presidente José Sarney, e de ministros,
parlamentares e diversas autoridades.
Antes de começar a discursar, Tebet lembrou-se da surpresa que sentiu ao ser convidada para a pasta do Planejamento e Orçamento pelo presidente Lula. "Presidente, nesta pauta nós temos divergências econômicas", ressaltou. "Ele simplesmente me ignorou, como quem diz: 'É isso que eu quero. Porque eu sou um presidente democrata e um presidente democrata não quer apenas os iguais. Quer os diferentes para se somar'. É assim que se constrói uma nação soberana, igual, justa e para todos", recordou a ministra.
Simone Tebet adiantou os
desafios que terá à frente e disse que trabalhará atenta à Lei
Orçamentária, mas também de olho no Plano Plurianual, "porque saberemos o
que queremos fazer no primeiro ano, no
segundo ano, nos quatro anos e deixaremos um planejamento organizado
para os próximos oito, doze, vinte, trinta anos no Brasil".
Ela também se posicionou a
favor da aprovação urgente da reforma tributária, "para que possamos
ter um sistema tributário menos regressivo, com simplificação e justiça
tributária. Somente assim teremos
o crescimento necessário para garantir os empregos e renda para a nossa
população."
A ministra declarou que
conta com o apoio dos dados demográficos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e dos estudos analíticos do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) para
apresentar os melhores diagnósticos para o país. E frisou que o meio
ambiente e a sustentabilidade vão fazer parte de cada uma das pastas e
de cada item do orçamento.
Ao se referir ao
orçamento, Tebet reforçou que não haverá descuido com os gastos
públicos. "Aí se verá o nosso lado firme, austero, mas conciliador.
Conciliaremos as necessidades e prioridades de cada
ministério com os recursos disponíveis. Definidas as prioridades por
cada ministério, caberá ao Planejamento, em decisão técnica e política
com as demais pastas econômicas e com o presidente Lula, o papel de
enquadrá-las dentro das possibilidades
orçamentárias."
A ministra lembrou que uma
das primeiras metas do governo passado foi extinguir o Ministério do
Planejamento e ressaltou que a recriação da pasta foi uma das principais
determinações do presidente
Lula.
Ela citou números que dão a
dimensão do desafio que o país tem pela frente nos próximos anos: 33
milhões de pessoas passando fome, 125 milhões com algum grau de
desnutrição ou insegurança alimentar, 40
milhões de empregos informais sem qualquer segurança trabalhista e 5
milhões de desalentados, que atualmente não têm esperança de encontrar
uma vaga de emprego.
"São muitos os desafios:
combater a inflação, os juros altos, o aumento da dívida pública, a
miséria e a fome. Não há problema maior em uma economia do que a
inflação. A inflação come o salário dos
trabalhadores brasileiros. A inflação encarece também os investimentos,
atrapalha a criação de empregos e cria uma ciranda negativa", enumerou
Simone Tebet.
Segundo ela, uma das
prioridades será tirar do papel um plano nacional de desenvolvimento
regional, uma vez que há diferenças enormes entre as realidades
experimentadas nas cinco regiões do
país.
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