Desvio de milhões de reais da Saúde: Um dos alvos é o Hospital de Jaguari Postado quarta-feira, 26 de novembro de 2025 ás 20:44
A ação policial conta com 24 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, além de sequestro de bens e bloqueios de contas bancárias
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Nesta terça-feira (25/11), a Polícia Federal, com apoio técnico do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE/RS) e da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou a Operação Paralelo Cinco, destinada a desarticular uma organização criminosa responsável pelo desvio de milhões de reais destinados à área da saúde em municípios do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
A ação conta com 24 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Ao mesmo tempo, estão sendo executadas medidas de constrição patrimonial: sequestro de 14 imóveis, apreensão de 53 veículos terrestres e uma embarcação, além do bloqueio de valores em contas bancárias até o limite de R$ 22.506.818,40.
Outras medidas cautelares foram impostas aos 20 investigados, como afastamento de funções, suspensão de atividades econômicas, restrição de acesso a órgãos públicos e proibição de contato entre os envolvidos. A decisão do Juízo das Garantias da 2ª Vara Federal de Santana do Livramento ainda determinou a designação de interventores nos hospitais municipais de Jaguari/RS e Embu das Artes/SP.
O inquérito policial, iniciado em janeiro de 2024, apurou que um grupo de empresários de Porto Alegre assumiu a gestão do Hospital Municipal de Jaguari/RS e Embu das Artes/SP, onde se verificou que, somente entre 2022 e agosto de 2025, essas instituições receberam mais de R$ 340 milhões em recursos públicos, valores estes provenientes de repasses municipais, estaduais e federais destinados ao custeio dos serviços de saúde.
As investigações apontam para um estruturado sistema de desvio de recursos públicos, baseado na utilização de empresas de fachada e entidades interpostas, sem capacidade operacional mínima, empregadas para emissão de notas fiscais inidôneas e ocultação da real destinação dos recursos. Os valores repassados eram rapidamente pulverizados para dezenas de contas de pessoas físicas e jurídicas sem qualquer vínculo com os serviços contratados, beneficiando os gestores da organização social e alimentando um sofisticado esquema de ocultação e dissimulação financeira.
Além disso, foram detectados desvios operacionalizados diretamente das contas-convênios, especialmente para o pagamento de despesas estritamente pessoais, como remunerações elevadas a funcionários sem prestação de serviços, contratos fictícios de trabalho, aluguéis de imóveis de alto padrão, viagens de luxo, aquisição de bens particulares e manutenção de vantagens pessoais — tudo financiado com recursos originalmente destinados aos hospitais de Jaguari/RS e Embu das Artes/SP.
A deflagração de hoje visa apreender novos elementos de informação, aprofundar o rastreamento de ativos e reforçar o conjunto probatório já produzido.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de capitais e outros delitos conexos, cujas penas somadas podem ultrapassar 30 anos de reclusão, a depender da individualização das condutas.
Localização das medidas:
• Jaguari/RS: 4 MBA (Mandado de Busca e Apreensão).
• Santiago/RS: 1 MBA.
• Porto Alegre/RS: 1 MPP (Mandado de Prisão Preventiva), 9 MBA e 5 imóveis sequestrados.
• Gravataí/RS: 1 MPP, 2 MBA e 5 imóveis sequestrados.
• Alvorada/RS: 1 MBA.
• Gramado/RS: 1 imóvel sequestrado.
• Balneário Camboriú/SC: 3 MBA e imóvel sequestrado.
• Osasco/SP: 2 MBA.
• Embu das Artes/SP: 2 MBA.
• São Paulo/SP: 1 imóvel sequestrado.
• Boa Vista/RR: 1 imóvel sequestrado.

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