O Golpe Militar e a participação de Santiago em um dos fatos mais importantes da história brasileira Postado quinta-feira, 31 de março de 2011 ás 22:22
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Ex-presidente João Goulart. |
O 31 de março de 1964 é uma data que deve ser sempre lembrada por todo o sempre, não apenas pelo início da Ditadura Militar, mas sim, o início e o dia em que o povo brasileiro teve seus direitos tolidos e onde muitos foram banidos do País, por forças que se achavam as “donas” da verdade.
Sou suspeito em falar neste quesito, ainda mais que sou um dos mais ferrenhos defensores da causa defendida pelo Presidente João Goulart, o qual a história por muitos e muitos anos tratou de esconder quem foi este verdadeiro líder e estadista brasileiro, que sempre se desproveu do cargo e da fortuna que o prendia para estar ao lado do seu povo, por entender que o governo é do povo e a ele pertence.
Conheço a história de João Goulart, meu avô trabalhou para ele nos remotos tempos em que ele vinha em Santiago visitar sua estância e seus amigos, os líderes políticos do antigo PTB, tais como Rubem Lang, Níssio Castiel e o grande Alceu Carvalho. Sempre povoou suas histórias na região em que o velho líder nasceu.
Ao “alçar a perna” na vida pública pelas mãos do líder máximo do trabalhismo Getúlio Vargas, Jango sabia o que lhe esperava ao aceitar o parlamentarismo após a crise que o levou ao poder em 7 de setembro de 1961, dia de sua posse.
Na posse, disse a que vinha “Prefiro pacificar a acirrar ódios, prefiro harmonizar a estimular ressentimentos...”, palavras do Presidente em seu discurso no Congresso Nacional.
Jango tentou de todas as maneiras conciliar as forças que eram contra o governo, mas não conseguiu, partindo ele próprio ao apelo popular no dia 13 de março de 64, no histórico comício da Central do Brasil, onde reafirmou seu compromisso diante de uma multidão de mais de 200 mil pessoas: “hoje, com alto testemunho da nação, o governo, que também do povo, reunido na praça que ao povo pertence, reafirma seus propósitos inabaláveis, de lutar, de lutar com todas as suas forças pela reforma da sociedade brasileira...” porém, era tarde demais, o presidente estava isolado, sem apoio do congresso, das forças armadas e com o golpe já a caminho com o apoio certeiro dos Estados Unidos.
Leonel Brizola afirmava que o golpe mesmo a ocupação do governo aconteceu dia 1° de abril, dia 31 era uma data neutra. Assim, Jango deixa o Brasil solitário, em 4 de abril, deixa pra traz amigos, família, propriedades e mais ainda, um sonho de ver o Brasil um País desenvolvido. Mergulhamos em 21 anos de uma ditadura que se alojou nos palácios, prefeituras e todas as esferas publicas, que ainda hoje perdura suas marcas.
Santiago sofreu duramente as pressões do regime. Nissio Castiel por exemplo, foi preso, e teve seus negócios pessoais barrados, por que era líder do PTB, fora outros nomes de peso na história que hoje são lembrados como heróis.
Hoje, em nossa cidade, perdura resquícios daquele tempo de trevas, onde um pequeno grupo domina nossa cidade, manipulando vários setores e agarrados no poder com o único e exclusivo objetivo de manter-se no poder, tidos como “homens de bem”, infiltrados em quase todas as esferas sociais, e como dizia Leonel Brizola, são os filhotes da Ditadura.
Por isso, pensamos que 47 anos depois ainda temos sim, pessoas inspiradas nos valores pregados pelos ditadores de farda, que ainda estão presente em nossa sociedade, manipulando e dominando a opinião pública, em nome de um bem próprio sem nenhum compromisso com o povo, com a verdade.
- Fábio Monteiro -
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