Repercutiu neste domingo, 04, em toda à imprensa, a informação de que um homem, foragido da Justiça, confessou ter sido pago para assinar o jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel. Elton Luis Rossato Gabi, de 59 anos, ao ser preso em decorrência de mandado de prisão criminal em aberto, disse aos policiais militares que "mata por dinheiro" e que já havia matado 20 pessoas. Ainda, segundo ele, conforme ocorrência registrada neste sábado, 03, na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Santa Maria, um homem e uma mulher seriam os mandatos do crime.
"No momento da abordagem o foragido relatou que tinha uma informação muito importante, afirmando que 'mata por dinheiro', e que seria autor de mais de 20 homicídios, e que, inclusive, solicitaram seus serviços para matar o menino de São Gabriel. Disse que teria recebido a quantia de 15 mil reais e uma ligação de uma mulher de São Gabriel (`GABI` tem domicílio na cidade), ajustando com ele a morte do menino, dizendo ainda onde o menino se encontrava (na localidade de lava pés). Em continuação, `GABI` ainda relatou que pegou seu veículo Santana, e de posse de um cabo de machado, foi até a localidade já mencionada e lá encontrou o menino matando-o, com golpes de cabo de machado, colocando o corpo dentro do seu carro e desovando no açude. Ainda informou que a senhora que solicitou a Brigada, juntamente com uma mulher de nome `Fátima` e um tal de `Pingo`, teriam arquitetado a morte do menino.", diz a ocorrência.
Delegado afirma que versão é falsa
Ainda na tarde deste domingo, 04, o site Caderno 7, de São Gabriel, conversou com o Delegado José Soares Bastos, o qual desmentiu a versão do preso. "O
delegado de Polícia Civil de São Gabriel, José Soares Bastos, informou
há pouco que foi tomado neste domingo (4) o depoimento do homem preso em
Santa Maria que teria afirmado ser o suposto autor da morte de Gabriel
Marques Cavalheiro, 18 anos. O delegado afirmou que o depoimento do
suspeito "não condiz com a verdade dos fatos", confirmando falsa
afirmação como era suspeitado. Mais detalhes não foram informados para
não interferir nas investigações", destacou o jornalista Marcelo Ribeiro, de São Gabriel, após contato com a autoridade policial.
Indiciamento
Três policiais, um sargento e dois soldados, estão presos e foram indiciados pela Polícia Civil, na quinta-feira, 1, por homicídio triplamente qualificado, nas qualificadoras de motivo fútil,
emprego de tortura e utilização por parte dos PMs de recurso que
impossibilitou a defesa da vítima. O resultado do inquérito foi
anunciado nesta quinta-feira (1º), em coletiva no Palácio da Polícia, em
Porto Alegre.
A Polícia Civil destacou ainda que pretende fazer, com o Instituto-Geral
de Perícias (IGP), a reprodução simulada dos fatos. Os policiais,
identificados como o sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen e os
soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso seguem presos
no Presídio Militar de Porto Alegre. O inquérito agora deve ser remetido
ao Ministério Público, que também acompanha e investiga o caso. LEIA AQUI a notícia completa sobre o indiciamento.
O Crime
Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, foi abordado no final da noite
de 12 de agosto pelos policiais, após eles serem acionados via 190 por
uma mulher que alegou que o mesmo estaria tentando entrar em sua
residência na Rua 7 de Setembro, no Bairro Independência. Ele estaria
embriagado e veio a se perder da casa do seu tio, onde ele estava
residindo há quinze dias para prestar exames de alistamento ao Exército
Brasileiro, visto que residia em Guaíba.
Após
ser levado na viatura pelos PMs, ele não foi mais visto. Uma semana
depois, em 19 de agosto, o corpo dele foi encontrado a dois quilômetros
de onde ele foi abordado, dentro de um açude no Lavapé. Os policiais
tinham registrado em ocorrência que revistaram Gabriel e o liberaram, o
que se comprovou não ser verdade pois a família afirma que ele não
conhecia a cidade.
No Inquérito Policial
Militar (IPM), eles admitiram ter levado o jovem para a localidade, sob a
alegação de que "queria encontrar familiares", o que também foi negado.
Os policiais negaram nos depoimentos ter feito algo com o jovem, o que
foi contradito pelos laudos apresentados. Na segunda, 29 de agosto, o
laudo da necropsia apontou que Gabriel morreu em decorrência de
hemorragia interna causada por golpes de objeto contundente, o que de
acordo com o IPM da Brigada Militar, teria sido pelas agressões.
Nesta
quinta, o Jornal do Almoço, da RBS TV, revelou que além de vestígios de
sangue na viatura usada pelos policiais militares na noite do crime,
mais uma viatura apresentou estes vestígios e que pode ser a usada por
volta das 3h42 na região. LEIA AQUI a matéria completa.
Postar um comentário